Startup de avião elétrico dirigida por brasileiro demite maior parte dos funcionários

A Eviation, startup fundada por empresários israelenses para colocar no mercado um avião movido 100% por eletricidade para até nove passageiros demitiu a maior parte dos seus funcionários e quase parou todas as suas atividades, relatou o The Air Current.

O corte de custos foi confirmado pelo CEO da empresa, o brasileiro Andre Stein, que trabalhava na Embraer até um ano atrás. Ele considerou a decisão dura mas necessária para que a empresa foque em identificar as oportunidades certas.

Ainda segundo o executivo-chefe, a Eviation irá trabalhar com seus clientes, fornecedores e o restante da equipe para minimizar interrupções, negando que o projeto do avião elétrico Alice tenha sido suspenso.

Projeto passa por problemas desde lançamento há 10 anos

O projeto do primeiro avião elétrico desenvolvido do zero a voar tem passado por distúrbios desde que foi lançado em 2015.

Os sócios Omer Bar-Yohay, Omri Regev and Aviv Tzidon venderam o controle da Eviation para o Grupo Clermont, de Cingapura, em 2019, e que mais tarde teve a entrada da MagniX, empresa que fornece os motores elétricos.

Na época, o projeto original, que previa um avião com trem de pouso convencional, foi substituído por uma configuração de cauda em T e trem triciclo.

O primeiro protótipo, no entanto, foi perdido em um incêndio em 2020.

Em fevereiro de 2022, Omer Bar-Yohay anunciou sua saída da empresa após desentendimentos com outros acionistas. Um mês antes, a Eviation havia perdido seu CEO, Roei Ganzarski.

Após ensaios no solo no Aeroporto Municipal de Arlington, o Alice foi levado para Moses Lake, de onde partiu para seu voo inaugural em setembro de 2022.

A empresa almeja chegar a uma autonomia de 250 milhas náuticas (463 km) e atingir uma velocidade de cruzeiro de 260 nós (482 km/h).

Novo CEO brasileiro

Em janeiro de 2024, a Eviation trouxe Andre Stein, um dos fundadores da Eve Air Mobility, originalmente uma startup de Mobilidade Aérea Urbana da Embraer, para assumir o cargo de novo CEO.

Três meses depois, a empresa revelou um novo projeto para o Alice, com fuselagem mais encorpada, asas maiores, uma nova cauda e compartimentos maiores para as baterias.

Na ocasião, a empresa anunicou planos de entregar o primeiros aviões em 2027. Entre os clientes estão a DHL, que se interessou pela versão cargueira, e a UrbanLink Air Mobility, que assinou uma Carta de Intenção (LoI) por 20 aeronaves em outubro passado.

O esforço da Alice para sobreviver ocorre em meio a várias startups envolvidas com aeronaves elétricas que passam por dificuldades em um mercado ainda pouco estruturado e que depende ainda de infraestrutura e regulação apropriadas.