Único jato C919 entregue volta a voar após dois meses

Aeronave da COMAC foi entregue para a China Eastern Airlines em dezembro, mas ainda não entrou em serviço comercial
O único C919 entregue até o momento (CEA)

Equivalente chinês ao Airbus A320 e ao Boeing 737, o jato comercial COMAC C919 da China Eastern Airlines voltou a realizar um voo em 17 de maio após um longo período inativo.

A aeronave, de matrícula B-919A, é a única que foi entregue até o momento e era programada para iniciar os voos comerciais no final de abril.

Mas a estatal COMAC parece ter encontrado vários problemas durante os voos de validação junto a China Eastern. O C919 estava sem voar desde 23 de março, segundo registros do FlightRadar24. A pausa da aeronave foi notada primeiro pelo site Air Current e confirmada por AIRWAY.

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A China Eastern havia estabelecido um programa de 100 horas de voo para avaliação e que teve início em dezembro, pouco depois que a aeronave foi entregue em uma cerimônia grandiosa.

A programação deveria ter sido concluída em fevereiro, mas após isso o jato B-919A só realizou três voos, contando com duas decolagens a partir de Shangai nesta quarta-feira (16).

Aeronave da COMAC deveria ter iniciado aos voos comerciais em abril (CEA)

Sob ameaça de sanções

Com 164 assentos, o C919 é a mais ambiciosa aeronave comercial chinesa até o momento. Seu projeto foi completamente desenvolvido pela COMAC, ao contrário do jato regional ARJ21, que se baseia nos antigos MD-90, da McDonnell Douglas (atual Boeing).

Suas dimensões o fazem muito próximo do A320 a ponto de ser chamado “Airbus chinês”, mas o C919 não faz uso de estruturas de material composto nos mesmos níveis do rival ocidental.

A aeronave é equipada com turbofans Leap 1-C, fornecidos pela CFM (GE e Safran) e que também são usados pelo Boeing 737 MAX e o Airbus A320neo. No entanto, diz-se que o C919 seria menos eficiente – os dados oficiais não são compartilhados pela COMAC.

O motor Leap-1, usado no C919: embargos podem atrasar programa ainda mais (Xinhua)

Por outro lado, o C919 custa bem mais barato que seus concorrentes e conta com um “apoio inestimável”, o governo chinês, que é quem determina quais aeronaves as empresas aéreas dos país devem encomendar.

A produção em série não sofre apenas com problemas técnicos, mas riscos de que os fornecedores ocidentais deixem de enviar seus componentes e com isso atrasar ainda mais as entregas.

Os governos dos EUA e da China estão com as relações estremecidas e há acusações de espionagem industrial que estariam ajudando o desenvolvimento de similares locais de motores e aviônicos.

À parte questões políticas, acredita-se que volta aos céus do C919 B-919A seja um sinal que a entrada em serviço está de fato mais próxima.

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