Virgin Galactic quer fabricar seu próprio Concorde, só que mais veloz

Empresa do bilionário Richard Branson revela conceito de jato comercial capaz de voar a Mach 3
(Virgin Galactic)
Será que sai do papel? O avião da Virgin Galactic é proposto para voar a mais de 3.700 km/h (Virgin Galactic)

A Virgin Galactic, empresa de turismo espacial do bilionário Richard Branson, também está de olho no mercado “terrestre”. A companhia apresentou nesta segunda-feira, 3, o conceito de um jato supersônico comercial proposto para transportar entre nove e 19 passageiros e voar a Mach 3, ou três vezes mais rápido que a velocidade do som (cerca de 3.700 km/h).

O projeto tem a colaboração da Rolls-Royce, que assinou um Memorando de Entendimento não vinculativo com a Virgin Galactic para estudar a tecnologia de propulsão para aeronaves comerciais de alta velocidade. A NASA e a FAA, a agência de aviação civil dos EUA, também estão envolvidas na iniciativa com o objetivo de ajudarem na estruturação dos requisitos de certificação de novos aviões supersônicos de passageiros.

George Whitesides, diretor da Virgin Galactic, disse: “Estamos empolgados em desvendar este conceito inicial de projeto de uma aeronave de alta velocidade, que imaginamos combinar viagens comerciais seguras e confiáveis ​​com uma experiência inigualável ao cliente. Temos o prazer de colaborar com a equipe inovadora da Rolls-Royce enquanto nos esforçamos para desenvolver sistemas de propulsão sustentáveis ​​e de ponta para a aeronave, e temos o prazer de trabalhar com a FAA para garantir que nossos projetos possam causar um impacto prático. Até agora, fizemos grandes progressos e esperamos abrir uma nova fronteira em viagens de alta velocidade. ”

A empresa descreveu alguns detalhes da aeronave conceitual, observando que ela poderá voar na faixa dos 60.000 pés (18.288 metros) de altitude e que “ajudará a liderar o caminho para o uso de combustível de aviação sustentável de última geração”. Contudo, ainda restam muitas perguntas sobre quanto tempo levará para desenvolver o avião e qual será o custo do programa.

Com espaço para pouco mais de uma dúzia de passageiros, parece improvável que os preços dos bilhetes para o jato supersônico da Virgin sejam acessíveis. A empresa diz que a aeronave pode acomodar layouts de cabine personalizados, bem como assentos de classe executiva e primeira classe.

O avião supersônico da Virgin comporta até 19 passageiros; Concorde levava mais de 100 ocupantes (Virgin Galactic)

De acordo com a Virgin Galactic, a “filosofia” do projeto é voltada para tornar as viagens de alta velocidade mais práticas, sustentáveis, seguras e confiáveis, “além de tornar a experiência do clientes uma prioridade”.

Com esse novo empreendimento, a Virgin se une ao seleto grupo de desenvolvedores de aviões comerciais supersônicos. Outros nomes envolvidos nessa área são a Aerion e a Boom Technology, startups dos EUA que planejam lançar até o final desta década o que podem ser os sucessores do lendário Concorde, retirado do mercado em 2003.

Sonho supersônico de Richard Branson

Não é de hoje que Richard Branson se interessa por aviões comerciais supersônicos. Em 2003, o empresário fundador do grupo Virgin tentou comprar a frota de Concorde da British Airways pelo valor simbólico de sete libras, mesmo preço que a companhia pagou pelos seus sete aviões.

Depois da Air France, a companhia British Airways foi o outro usuário do Concorde
Em 2003, a Virgin tentou comprar os sete Concorde da British Airways, mas a negociação empacou (Divulgação)

A British Airways descartou a proposta, levando a Virgin a aumentar sua oferta para 1 milhão de libras por aeronave. Branson alegou que, quando a BA foi privatizada, uma cláusula do contrato exigia que outra companhia aérea britânica operasse o Concorde se a empresa deixasse de fazê-lo, mas o governo negou a existência de tal cláusula.

Em outubro de 2003, Branson escreveu no jornal The Economist que sua oferta final era “mais de 5 milhões de libras” por aeronave e que ele pretendia operar a frota de Concorde “por muitos anos”. Porém, as chances de manter o jato supersônico em serviço foram sufocadas pela falta de suporte, que deveria ser prestado pela Airbus.

Veja mais: Jato chinês ARJ21 realiza testes no aeroporto mais elevado do mundo

 

 

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