O primeiro dos 56 turboélices de transporte militar C295 encomendados pela Força Aérea Indiana (IAF, na sigla em inglês) foi apresentado nesta terça-feira (18) pela Airbus Defense and Space, na sede em Getafe, na Espanha – onde ficam concentradas as atividades da divisão espanhola CASA do grupo europeu.
A volumosa compra de aeronaves militares foi confirmada por Nova Dheli em setembro 2021. Como parte do acordo com a Airbus, os aviões serão fornecidos em parceria com a Tata Advanced Systems, grupo indiano que será responsável por finalizar 40 aviões na Índia. A entrega do primeiro aparelho à frota da IAF é programada para o segundo semestre de 2023.
A Tata será a primeira empresa privada da Índia envolvida na construção de um avião no país. Até então, apenas fabricantes estatais, como a Hindustan Aeronautics Limited (HAL), montaram aeronaves em solo indiano.
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Os primeiros 16 C295 do pedido indiano serão fabricados pela Airbus na Espanha e entregues até 2025. Eles contarão com uma suíte de aviônicos de guerra eletrônica desenvolvida na Índia.
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As aeronaves da IAF são projetadas para transportar 70 passageiros ou 50 paraquedistas com equipamento completo, além de desempenharem missões variadas como em apoio médico e evacuação aeromédica.
O C295 substituirá o HAL-748, uma versão produzida sob licença na Índia do famoso Avro 748 (o “Avrinho”, como é conhecido no Brasil), projetado no Reino Unido.
Índia avalia o Embraer C-390 Millennium
O desejo da Força Aérea Indiana por novos aviões de transporte não está limitado apenas ao C295 da Airbus-CASA. Em março deste ano, o governo indiano solicitou a Embraer informações sobre a aeronave multimissão C-390 Millennium. Um acordo desse porte faria da IAF o maior cliente disparado do avião militar fabricado no Brasil.
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Uma negociação do C-390 com a Índia poderia ocorrer nos mesmo moldes da compra dos C295 da Airbus, envolvendo fornecedores indianos na produção da aeronave ou até com a abertura de uma linha de produção adicional no país.
Parceria na área de defesa com a Índia deve ser estimulada, além de gerar a venda do KC-390 para os indianos, também possibilitar parceria no desenvolvimento de avião turboelice para uso militar. Pode também possibilitar o desenvolvimento na construção de navio aeródromo para a marinha do Brasil, bem como desenvolvimento em outras áreas da defesa: mísseis, drones, avião para transporte, patrulha, reconhecimento, reabastecimento, alerta antecipado com capacidade para operar embarcado, sistemas antimisseis, sistemas de radar e outros equipamentos militares, o que fortalece nossas indústrias naval, aeronáutica e defesa.
Importante destacar que a Índia possui capacidade de construir navio aeródromo e desenvolve caça para operar embarcado, bem como é uma potência militar e de importância econômica para as relações comerciais do Brasil na região da Ásia.
São bons aviões, mas o Millenium é muito melhor.