Avião que caiu com o ministro tem excelente histórico de segurança, aponta especialista

Engenheiro aeronáutico ressalta que modelo é líder na categoria; 208 unidades voam no Brasil

O modelo C90 é a menor versão do King Air, com espaço para até oito ocupantes (Divulgação)
O modelo C90 é a menor versão do King Air, com espaço para até oito ocupantes (Divulgação)
O modelo C90 é a menor versão do King Air, com espaço para até oito ocupantes (Divulgação)
O modelo C90 é a menor versão do King Air, com espaço para até oito ocupantes (Divulgação)

O Hawker Beechcraft King Air C90GT, prefixo PR-SOM – que caiu na quinta-feira (19), em Paraty (RJ), provocando a morte de cinco pessoas, entre elas o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal –, faz parte de uma linha de aeronaves turbo-hélices das mais eficientes da aviação, sendo que somente da versão C90 possui 208 unidades registradas no Brasil, das mais de 7.000 unidades de modelos e variações que existem desse tipo já fabricadas no mundo. O aparelho é produzido de forma contínua desde 1964.

Shailon Ian, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e presidente da consultoria de aviação civil Vinci Aeronáutica, ressalta que o modelo é considerado um clássico da aviação e líder na categoria.

“A aeronave era nova, moderna, fabricada em 2006, e contava com todos os instrumentos para um voo tranquilo mesmo em condições adversas. Eu voaria neste avião tranquilamente”, disse Shailon. Segundo o especialista, baseado em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a média de idade da frota no país é de 19 anos.

Sobre o acidente, ele considera ainda prematura apontar uma causa e reforça a necessidade de analisar com cautela a queda da aeronave. O engenheiro acredita que uma sucessão de fatores pode ter causado a tragédia que vitimou o ministro do STF. “É um modelo com bom histórico de segurança. Precisamos esperar e aguardar as investigações para uma conclusão”, avalia o especialista.

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Airway já voou de King Air

Em outubro de 2016, a reportagem do Airway voou do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro, a bordo de um King Air C90, mas de uma série mais antiga, fabricada em 1979. A viagens de ida e volta foram realizadas em cerca de 50 minutos.

Para quem está acostumado a viajar em jatos comerciais, voar no King Air pode ser bem diferente. Com céu limpo, como no trecho de ida, a aeronave apresentou um comportamento muito estável, embora fosse mais sensível às reações do vento, o que é acentuado pelo fato do modelo com motores turbo-hélices voar a uma faixa de altitude mais baixa que a de um jato. Uma sensação parecida pode ser percebida nos voos de ATR 72, como os usados pela companhia aérea Azul.

No retorno, com tempo parcialmente nublado na capital paulista, a aeronave balançou um pouco em alguns momentos, mas nada que pudesse comprometer a viagem ou assustar. No caso da impossibilidade da aterragem no Campo de Marte, o pouso alternado teria de ser feito em São José dos Campos, a cerca de 20 minutos de voo de São Paulo.

Para quem gosta de voar, viajar de King Air é muito agradável. Apesar da configuração dos motores a hélice, a cabine possui ótimo isolamento acústico e os assentos são bem mais confortáveis que os que encontramos na aviação comercial. É como um avião executivo, porém mais simples.

Vale ressaltar que o King Air é uma aeronave “single pilot”. Ou seja, é certificada para ser operada apenas por um piloto, diferentemente de aeronaves comerciais, que exigem a presença de um co-piloto.

Veja mais: Avioes turbo-hélice são seguros?

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