Azul anuncia subarrendamento de 53 jatos Embraer E1s
Aeronaves da geração anterior serão repassadas para as companhias LOT e Breeze Aviation


A Azul anunciou nesta terça-feira (28) que espera arrendar 53 de suas aeronaves Embraer de primeira geração para as companhias LOT, da Polônia, e Breeze Aviation, nova empresa aérea startup com sede nos EUA que planeja suas primeiras operações para 2020.
Essa transação segue a estratégia da Azul de acelerar a renovação de sua frota a partir da substituição das aeronaves Embraer mais antigas pelos novos jatos E195-E2, que são mais eficientes em consumo de combustível e transportam mais passageiros.
“Nos últimos 11 anos, as aeronaves E195 foram a base do modelo de negócios da Azul, e sem dúvida continuarão a oferecer uma ótima experiência aos clientes da LOT e da Breeze. Agora que construímos a malha mais extensa do Brasil, estamos prontos para adicionar em nossa frota as aeronaves E2. O preço do combustível no Brasil é cerca de 35% mais caro do que em outras partes do mundo, por isso é essencial que a Azul passe a operar com aeronaves da próxima geração o quanto antes”, afirma John Rodgerson, CEO da Azul.
A Azul e a LOT assinaram uma carta de intenção para subarrendar 18 aeronaves com pedidos firmes, e até 14 opções adicionais, sujeitas a aprovações da empresa polonesa. Vale lembrar que a LOT já adquiriu sete E195s da Azul em anos anteriores. Adicionalmente, espera-se que a Breeze, fundada por David Neeleman (que também fundou a Azul e a JetBlue), subarrende até 28 aeronaves, transação essa sujeita à aprovação dos acionistas da Azul. Dessa forma, espera-se que todos os jatos E195 sejam removidos da frota da Azul até o final de 2022.
“Os E195s são fundamentais para a missão da nossa frota de curto alcance. Muito elogiados por nossos passageiros, eles já provaram sua confiabilidade e eficiência de custos nos últimos anos e é isso que nós almejamos ao desenvolver a malha de voos a partir de nossas bases em Varsóvia e Budapeste. Graças a isso, em 2021, a LOT será a maior operadora da Embraer na Europa e uma das maiores do mundo”, diz Rafał Milczarski, CEO da LOT.
“A capacidade do E195 de performar bem em voos de baixa utilização e de curta distância, o tornam o complemento ideal para o Airbus A220-300, que irão atender mercados de alta utilização e de longa distância. Nós acreditamos que existe um potencial significativo para o mercado de fretamento, e grande demanda durante o período de alta estação nos Estados Unidos para um avião com essa quantidade de assentos e estrutura de custos. Sem assentos do meio, o E195 é bem avaliado pelos clientes nos quesitos conforto e satisfação, e estamos animados com a introdução dessa aeronave em nossa frota ”, disse Lukas Johnson, diretor comercial da Breeze Aviation Group.
Poupando milhões de dólares
A Azul foi a primeira companhia aérea do mundo a receber o novo E195-E2 da Embraer, em setembro do ano passado. A empresa vai receber um total de 51 aeronaves de nova geração e ainda estuda ampliar o pedido acrescentando mais 24 aeronaves.

A companhia afirma que os jatos da série E2 têm um custo por viagem 14% menor, e um custo unitário 26% menor em comparação aos E195s, além de ter 18 assentos adicionais. Essa significativa redução de custos é impulsionada principalmente pela eficiência no consumo de combustível do E2, menor custo de aquisição e reduzidos custos de manutenção.
Como resultado do menor custo por assento do E2, a companhia espera operar essas aeronaves com uma taxa de utilização de aproximadamente 13 horas por dia (duas horas a mais que os E1), aumentando ainda mais a rentabilidade desse equipamento.
A Azul informou que a aceleração da renovação de sua frota irá gerar um fluxo de caixa operacional incremental de aproximadamente R$2,9 bilhões entre 2020 e 2027. Especificamente, a empresa espera que o melhor desempenho dos E2s, combinado com a receita de subarrendamento, mais do que compensarão o custo incremental de acelerar a substituição de todos os E195s até 2022.
Adicionalmente, a substituição de toda a frota de E195 da Azul deve gerar R$4,8 bilhões de EBITDA (lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) incremental entre 2020 e 2027, ou aproximadamente R$16 milhões ao ano por cada aeronave E195 substituída.
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