Boeing entrega último jato comercial da série 737 NG

Introduzido no mercado em 1997, terceira geração do 737 foi o avião mais vendido na história da Boeing com mais de 7 mil unidades produzidas
(Toshiro Aoki/Creative Commons)
O último 737 NG foi entregue com as cores da Skymark Airlines (Toshiro Aoki/Creative Commons)

Avião mais vendido pela Boeing nos últimos 20 anos, o 737 Next Generation acaba de encerrar seu ciclo de entregas. A fabricante despachou nesta quinta-feira (27) de sua fábrica em Seattle o último modelo comercial da série, um 737-800. O jato foi adquirido pelo grupo de leasing BOC Aviation, de Cingapura, que por sua vez o repassou a companhia aérea Skymark Airlines, do Japão.

A entrega do último 737 NG para a BOC também marcou o final de um dos contratos mais longevos da Boeing, iniciado em 2001. Nos últimos 18 anos, o grupo asiático recebeu um total de 209 aeronaves, hoje em operação alugadas por dezenas de companhias aéreas no mundo todo, inclusive pela Gol no Brasil.

“O Boeing 737-800NG tem sido uma pedra fundamental do desenvolvimento de nossa empresa”, disse Robert Martin, diretor executivo da BOC Aviation. “Confiabilidade e eficiência operacional têm sido marcas desse programa de aeronaves e acreditamos que elas permanecerão como características no futuro”, acrescentou.

Best-seller da Boeing

A série Next Generation é a terceira geração do 737. O programa de desenvolvimento da aeronave foi anunciado pela Boeing em 1993 como uma resposta ao Airbus A320, lançado em 1988. O avião reformulado estreou na aviação comercial em dezembro de 1997 na versão 737-700 com companhia Southwest Airlines, dos Estados Unidos, após uma campanha de testes e certificação que durou nove meses – o primeiro voo foi realizado em 9 de fevereiro de 1997.

O voo da Gol entre Recife e Santiago será realizado em jatos 737-800 ou 737 MAX (GOL)
A Gol opera atualmente os modelos 737-700 e 737-800 da família NG (Gol)

Além do 737-700, família NG ainda inclui as versões -600, -800 e -900, variantes de longo alcance (-800ER e -900ER) e modelos executivos (BBJ1, BBJ2 e BBJ3). Em 22 anos, a Boeing entregou um total de 7.031 aeronaves, sendo mais de 5.000 unidades do 737-800, o avião mais popular da Boeing nos últimos anos.

O programa NG foi a atualização mais significativa no 737 até hoje. Em relação ao modelo anterior, o 737 Classic, asa do avião foi modificada para aumentar sua superfície alar em 25%, ganhando quase 5 metros a mais de envergadura. Essa alteração permitiu aumentar em 30% a capacidade total de combustível da aeronave, o que consequentemente ampliou o alcance da aeronave na mesma proporção, permitindo inclusive voos transcontinentais.

A cabine do 737 Next Generation também recebeu alterações substanciais, incorporando recursos do 777, como os bagageiros suspensos e painéis de teto curvos. Mais adiante, em 2010, o interior do jato foi novamente renovado, desta vez aproveitando avanços projetados para o 787 Dreamliner, como compartimentos de bagagem giratório e iluminação LED.

A Boeing também desenvolveu versões militares do 737 NG: o modelo de vigilância e alerta antecipado 737 AEW & C (baseado no 737-700ER) e o P-8 Poseidon (baseado no 737-800ER), projetado para missões de patrulha marítima e que segue em produção.

P-8 da Marinha dos EUA lançando um torpedo de busca submarina (US Navy)
P-8 da Marinha dos EUA lançando um torpedo de busca submarina (US Navy)

Em 2011, a Boeing anunciou o lançamento do substituto do 737 NG, a série MAX, desta vez em resposta ao Airbus A320neo. A principal alteração na quarta geração do 737 foi a introdução de novos motores mais eficientes, o que reduziu o consumo de combustível da aeronave em quase 20%. O primeiro 737 MAX 8 foi entregue a companhia Malindo Air, da Malásia, em maio de 2016.

Tal como a série NG, o 737 MAX despertou grande interesse das companhias aéreas e rapidamente acumulou mais de 5.000 pedidos. Em pouco menos de dois anos, a Boeing entregou quase 400 unidades do novo jato (nas versões MAX 8 e MAX 9). Esse número só não é maior por conta da paralisação mundial da aeronave, em vigor desde março deste ano, por conta dos acidentes com modelos operados pelas companhias Lion Air e Ethiopian Airlines.

Veja mais: Azul foi a companhia que mais cresceu com a crise da Avianca

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