Companhia aérea russa canibaliza maior parte dos jatos Superjet por falta de peças ocidentais
Yakutia Airlines desmantelou dois dos quatro SSJ100 que mantinha em serviço recentemente, além de ter retirado outros dois de operação

A Yakutia Airlines, companhia aérea russa sediada em Yaktusk, no extremo oriente do país, teve que canibalizar recentemente dois de seus quatro jatos Sukhoi SSJ100 por falta de peças.
A transportadora utiliza os Superjet, como também são chamados, em conjunto com outros quatro Boeing 737NG, dos quais três estariam em serviço – a empresa tem ainda quatro turboélices Dash 8-300.
Imagens dos jatos de matrículas RA-89021 e RA-89035 revelam a ausência de componentes, incluindo os motores PowerJet SaM146, fornecidos pela joint venture entre a russa United Engine Corporation (UEC) e a francesa Safran. Apenas os jatos de registro RA-89038 e RA-89037 estariam em condições de voar, mas o primeiro não realiza um voo desde 20 de outubro, segundo o FligthRadar24.
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Por conta da invasão russa à Ucrânia, várias empresas ocidentais deixaram de prestar serviços e vender peças às companhias russas, o que tem impedido a manutenção dos SSJ100, projetados com vários equipamentos europeus e dos EUA, entre outros.
As aeronaves da frota da Yakutia pertencem à empresa de leasing GTLK , que solicitou à Irkut, atual fabricante do jato, seu reparo. Porém, a resposta teria sido que diante das sanções ocidentais, ainda não é possível recolocar os Superjet de volta ao serviço.

Dois outros Sukhoi fora de serviço
A Yakutia recebeu seis SSJ100, mas em 2018 um deles (RA-89011) fez um pouso acidentado que danificou seu trem de pouso principal e outras partes da aeronave a ponto de sua recuperação ser impossível.
Outro jato, de matrícula RA-89012, também aparece indisponível e sem peças há bastante tempo. A aeronave RA-89021, por sua vez, deixou de voar por um fato inusitado. A Yakutia tentou reparar um vidro do para-brisa do jato, mas ao deixá-lo exposto ao tempo, o avião acabou alagado.
Diante da iminente indisponibilidade da primeira geração do Superjet, a United Aircraft Corporatiuon (UAC) está desenvolvendo uma variante que utiliza componentes domésticos, incluindo o turbofan PD-8, e que se chamará SSJ-New. O primeiro voo é esperado para 2023.
O Superjet entrou em serviço em serviço em 2011 com a ambição de ser uma alternativa para aeronaves regionais ocidentais como o Bombardier CRJ e os Embraer E-Jets. Ele pode transportar até 108 passageiros e é considerado tecnicamente avançado, mas o suporte técnico deficiente fizeram com que os poucos clientes fora da Rússia devolvessem suas aeronaves.