Conheça o balão “espião” da PM
Balões com câmeras de vigilância e à prova de balas podem permanecer no ar por três dias; equipamento será utilizado pela polícia do RJ nas Olimpíadas 2016


Quatro balões com câmeras de vigilância são o novo recurso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) para monitorar áreas com grande concentração de pessoas, como é esperado durante as Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, em agosto e setembro.
O novo equipamento, fabricado no Brasil pela Altave, no centro tecnológico de São José dos Campos (SP), pode permanecer no ar por até 72 horas e rastrear pessoas a até 13 km de distância. Em operações noturnas, o balão aciona câmeras de longo alcance com infra-vermelho. Segundo o fabricante, o “balão-espião” pode alcançar até 300 metros de altitude.
“O balão de monitoramento, como gostamos de dizer, é um complemento às operações de helicópteros, drones e torres de vigilância. A vantagem do balão é sua autonomia, que permite mante-lo no ar de forma persistente”, explicou Leonardo Mendes Nogueira, diretor da Altave, em entrevista ao Airway. Os balões e treinamento custaram 24,5 milhões ao estado do RJ.
Segundo Nogueira, o balão pode ser preparado para decolar “em menos de uma hora” e seu interior é inflado com hélio. Durante as ações, o equipamento é preso a um cabo de ancoragem, por onde também correm as fiações de controle.
O modelo adquirido pela PMERJ é o Altave “Tuiuti”, que além de nome de passarinho também é como eram chamados os primeiros balões militares do Brasil, durante a Guerra do Paraguai.
Balão blindado
Já viu balão que resiste a disparos de armas de fogo? O balão da polícia carioca pode suportar até tiros de metralhadora. “Ele tem duas camadas de proteção. A externa é feita com nylon ‘ripstop’ e a interna é um plástico especial que possui capacidade de armazenar gás”, explica Nogueira.

Esse tipo de balão já foi utilizado pelas forças armadas dos Estados Unidos em ações no Afeganistão e no Iraque, também em funções de vigilância. Outras nações que utilizam e produzem balões militares são Israel, Rússia, China, França e Índia.
“O balão cabe em um carro grande, como uma Blazer”, exemplificou o diretor da Altave. “A operação mais simples pode ser realizada por um notebook, o sistema de ancoragem e um inflador”, finaliza.
A empresa também oferece balões de monitoramento (sem blindagem) para o setor agropecuário.
Confira no vídeo abaixo o balão “Tuiuti” em ação:
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Fonte: ALTAVE