Estudo sobre avião de emissão zero: Embraer, Widerøe e Rolls-Royce anunciam acordo

Empresas iniciam estudo cooperativo de 12 meses sobre uma aeronave regional conceitual com emissão zero
Tecnam P-Volt
Avião híbrido-elétrico Tecnam P-Volt com o esquema de pintura da Widerøe (Tecnam)

Embraer, Rolls-Royce e a companhia aérea Widerøe, da Noruega, anunciaram na semana passada
o início de um estudo cooperativo sobre uma aeronave regional com emissão zero. Em comunicado, as três empresas apontam que o projeto abordará soluções como aviões totalmente elétricos, com célula de combustível de hidrogênio e aeronaves movidas a turbiba a gás de hidrogênio.

O trabalho tem duração de 12 meses, período em que as companhias avaliarão a demanda de mercado e o design de aeronaves de emissão zero. Passageiros também serão ouvidos sobre o tema. Para as empresas reunidas no estudo essa é uma chance de mostrar a viabilidade de novas tecnologias sustentáveis para o setor aéreo. E o trio envolvido já tem diversas ideias nesse campo.

A Embraer apresentou no ano passado a Energia Family, uma família de aeronaves comerciais conceituais de baixa e zero emissão, e voou com seu primeiro avião totalmente elétrico, um demonstrador baseado no avião agrícola Ipanema. Tradicional fabricante de motores, a Rolls-Royce conduz uma série de estudos sobre propulsores alternativos e recentemente estabeleceu o recorde do avião elétrico mais rápido do mundo, com a marca de 623 km/h.

Maior companhia aérea regional da Escandinávia, a Widerøe quer ser umas das pioneiras na transição para os aviões eletrificados. A empresa é um das investidoras no projeto P-Volt, um pequeno bimotor com motorização híbrida-elétrica para nove passageiros, produzido pela fabricante italiana Tecnam. A Rolls-Royce também colabora no desenvolvimento. Espera-se que o aparelho entre em serviço comercial em 2026, operando em trechos curtos de 15 a 30 minutos na Noruega.

O E190-E2 é o primeiro avião a jato da Widerøe, empresa que já tem mais de 80 anos de mercado (Thiago Vinholes)
A Widerøe foi o operador de lançamento do jato E190 E2 (Thiago Vinholes)

Para Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, o estudo cooperativo busca por alternativas sustentáveis para a aviação regional. “As inovações tecnológicas têm o potencial de permitir que a energia limpa e renovável impulsione uma nova era da aviação regional. O objetivo de nossa colaboração é criar soluções de voo que atendam segmentos de mercado de maneira verde. Acredito que isso possa levar a uma conectividade totalmente sustentável, incluindo operações intermunicipais de curta distância”.

Andreas Aks, CEO da Widerøe Zero, uma subsidiária da Widerøe, afirmou que o objetivo da companhia aérea na pesquisa “é entender como negócios viáveis ​​podem ser construídos em torno de conceitos regionais de emissões zero, além de aconselhar os fabricantes sobre os requisitos operacionais e as expectativas dos clientes para projetar o melhor serviço sustentável de mobilidade aérea possível”.

Rolls-Royce Spirit of Innovation | Foto: Divulgação/Rolls-Royce

A Widerøe e a Embraer vêm mantendo um importante relacionamento nos últimos anos. A empresa norueguesa foi o operador de lançamento do E2, em 2018, e no ano passado a divisão Widerøe Zero fechou um acordo com a Eve, subsidiária de movilidade aérea urbana da fabricante brasileira, sobre a aplicação de eVTOL na Escandinávia.

O que será que vem por aí?

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