Eventos com passageiros indisciplinados estão acontecendo todos os dias, alerta ABEAR

Empresas associadas da ABEAR registraram mais de um episódio com passageiros indisciplinados no primeiro trimestre deste ano

Nos EUA, passageiros indisciplinados pode ser multados e até proibidos de voar novamente (Divulgação)

Gritaria a bordo do avião, ameaças e agressões, desobediência durante os voos. Eventos com passageiros indisciplinados estão acontecendo constantemente no Brasil, com mais de uma ocorrência por dia.

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), no primeiro trimestre deste ano as empresas do grupo registraram 114 episódios com viajantes agressivos e desrespeitosos, o equivalente a mais de um incidente por dia.

Cerca de um quarto dessas ocorrências, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), incluem comportamento agressivo de passageiros, envolvendo agressões físicas e ameaças.

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“É um dado alarmante, que afeta todos os passageiros desses voos, pois determinados casos podem atrasar a decolagem e, em ocorrência com o avião já em rota, pode ocorrer da aeronave pousar em um aeroporto próximo. Isso interfere em toda a malha aérea, com atraso dos voos seguintes, impacto no tráfego aéreo e no gerenciamento de tripulação”, afirma a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.

A associação afirmou que os casos com passageiros indisciplinados estão crescendo desde 2019. Em 2021, foram 434 eventos, 222 em 2020, e 304 em 2019. De 2019 a 2022, a média anual foi de 386,2 registros.

ABEAR quer “no fly list” no Brasil

A ABEAR participa de um grupo de trabalho criado pela ANAC para analisar o tema e tem pleiteado mais rapidez na definição de regras claras para o gerenciamento dos casos, incluindo punições mais severas e que podem contemplar multas, indenização dos prejuízos e, para os casos mais graves, a proibição de voar.

“O passageiro que incita esses atos a bordo pode responder à Justiça, mas não há nenhum impeditivo para ele utilizar o transporte aéreo. A ABEAR acredita que procedimentos aplicados em outros países, como a no fly list usada por companhias aéreas nos Estados Unidos, que impede o passageiro de usar o transporte aéreo por determinado período, pode ser um caminho a ser seguido no Brasil, ajudando a coibir essa indisciplina dos viajantes”, pontua Jurema.

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