FAB inicia vigilância extensiva nas fronteiras com a Bolívia e Paraguai
Operação Ostium planeja impedir voos irregulares que possam estar ligados ao narcotráfico


A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou nesta sexta-feira (24) a “Operação Ostium” com o objetivo de reforçar a segurança no espaço aéreo sobre as fronteiras do Brasil com a Bolívia e o Paraguai. A ação, uma das maiores desse tipo já realizadas pela FAB, pretende coibir voos irregulares que possam estar ligadas ao narcotráfico.
“Estamos tentando levar a zero o índice de ilícitos por meio aéreo numa vasta área de fronteira”, afirmou o Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Major-Brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich.
De acordo com a programação da Operação Ostium, as missões devem prosseguir até o final deste ano e envolvem a instalação temporária de radares móveis em cidades próximas às fronteiras, como Chapecó (SC) e Corumbá (MS). Já as aeronaves ficarão posicionadas em cidades como Cascavel (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Dourados (MS).
Participam da operação de vigilância as aeronaves de ataque A-29 Super Tucano, aviões-radar E-99 e de reconhecimento R-35A e RA-1, aeronaves remotamente pilotadas (ARP) RQ-450 e os helicópteros H-60 Black Hawk e AH-2 Sabre.
Olhos no céu
Um dos principais instrumentos da Operação Ostium é o avião-radar E-99, aeronave criada pela Embraer a partir do jato comercial ERJ-145. A grande antena instalada acima da fuselagem é o radar “Erieye”, desenvolvido pela empresa sueca Ericsson. O dispositivo possui módulos auto-direcionais de transmissão e recepção de sinais concebidos especialmente para rastrear aeronaves de pequeno porte voando devagar e a baixa altitude. Radares em solo têm dificuldades para encontrar aviões nessas condições.

Voando a 7.600 metros, a capacidade de varredura do radar montado no E-99 é superior a 350 km ao redor da aeronave, podendo visualizar até 300 objetos aéreos ou em solo – o E-99 também é especialista em rastrear mísseis de cruzeiro e embarcações. Na América do Sul, somente Brasil e Chile operam aeronaves de controle e alerta aéreo antecipado.
Policiamento do espaço aéreo
Definida em lei, há uma sequência de procedimentos que deve ser seguida pelo piloto de defesa aérea durante a interceptação de uma aeronave suspeita. Ele vai avançando na medida que o outro piloto descumpre as abordagens.
O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) estabelece a possibilidade de aplicação da “medida de destruição” de aeronaves voando no espaço aéreo brasileiro classificadas como hostis, após esgotados os meios coercitivos para obrigá-la a efetuar o pouso no aeródromo que lhe for indicado.

Dentre os aparelhos envolvidos na Operação Ostium, as opções com capacidade de realizar missões de interceptação e a abate de aeronaves hostis são o Super Tucano e o helicóptero de ataque AH-2 Sabre.
Fonte: FAB
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