FAB receberá os quatro primeiros caças F-39 Gripen em 19 de dezembro

Cerimônia pode marcar ato de despedida do atual Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Junior

Um dos caças Gripen que serão incorporados pela FAB (Saab)

No próximo dia 19, a Força Aérea Brasileira (FAB) fará uma cerimônia na Base Aérea de Anápolis (GO) para marcar a incorporação dos primeiros quatro caças Saab F-39 Gripen E, segundo apurou Airway.

O evento pode ser uma espécie de ato de despedida do atual Comandante da Aeronáutica, Tenente-brigadeiro Carlos Baptista Junior, que passará o cargo em breve para o colega Tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), escolhido segundo critério de antiguidade definido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As aeronaves de produção em série e registros 4101, 4102, 4103 e 4104 chegaram ao país em abril e setembro vindas da Suécia por navio. Após serem reconfiguradas para voo, os jatos supersônicos decolaram de Santa Catarina em direção a Gavião Peixoto (SP), onde a Embraer e a Saab realizam os últimos ajustes antes da incorporação à FAB.

No começo do mês, os Gripen 4103 e 4104 pousaram pela primeira vez em Anápolis, base aérea onde está o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), que será o primeiro a operar o caça sueco.

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Os dois primeiros Gripen de série da FAB desembarcaram em Navegantes (SC) em abril (SAAB)

Vencedor da concorrência FX-2 há nove anos

A incorporação dos primeiros quatro F-39 Gripen marca a estreia operacional do novo caça após um longo período desde a assinatura do contrato em outubro de 2014.

Mas o programa FX-2 já era gestado há mais tempo, ainda em sua primeira versão, lançada no início dos anos 2000 como F-X e que foi cancelado.

A FAB então lançou o FX-2 em 2006, com a participação de vários concorrentes como a Boeing com o F-18, a Dassault com o Rafale, a Saab com o Gripen NG e a Sukhoi com o Su-35, mas que logo foi descartado.

Em dezembro de 2013, o Gripen foi anunciado vencedor da concorrência, com a participação da Embraer no projeto. Um total de 36 aeronaves foram encomendadas por US$ 4,5 bilhões (R$ 13 bilhões na época), sendo 28 da versão monoposto Gripen E e oito do biposto Gripen F e que seriam montados no Brasil.

Fuselagem dianteira do Gripen montada no Brasil (SAAB)

Foco do atual comandante

Ao assumir o posto de Comandante da Aeronáutica, no início do ano passado, o Brigadeiro Baptista Junior não demorou a demonstrar a intenção de expandir a encomenda do Gripen junto à Saab.

Embora relatasse restrições orçamentárias, Baptista Junior fechou um aditivo no contrato para ampliar o pedido para 40 aeronaves e modificar o projeto de fabricação nacional, priorizando a versão de um lugar.

O atual chefe da Aeronáutica também negociava um segundo lote de 26 caças, mas o possível contrato não chegou a ser anunciado em sua gestão.

Com a entrega dos caças, o Brasil voltará a ter uma aeronave de projetada originalmente como interceptador após quase 10 anos, quando os 12 Dassault Mirage 2000 de segunda mão foram aposentados.

O Mirage 2000 foi uma solução provisória enquanto novos caças não chegavam (FAB)
O Mirage 2000 foi uma solução provisória enquanto novos caças não chegavam (FAB)

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