Lockheed quer encerrar o ano com 121 caças F-35 entregues

Em ano de pandemia, fabricante dos EUA revisou a meta e excluiu a entrega de 20 aeronaves
O F-35 é um caça "stealth", capaz de voar sem ser detectado por radares (Divulgação)
O F-35 é um caça “stealth”, capaz de voar sem ser detectado por radares (Divulgação)

Faltando apenas duas semanas para terminar o ano, a Lockheed Martin informou que planeja encerrar 2020 com um total de 121 caças F-35 entregues aos clientes. O volume estipulado pela fabricante norte-americana contém 20 aeronaves a menos que sua meta original.

Com a pandemia do novo coronavírus impactando as operações da empresa e de seus fornecedores desde o primeiro trimestre, a Lockheed revisou a meta de entregar 141 caças no segundo semestre, prevendo uma redução de 18 a 24 aeronaves.

“Nossa meta atual é de 121 aeronaves até o final do ano”, disse o vice-presidente de desenvolvimento de negócios do F-35 na Lockheed Martin, Steve Callaghan, ao Flight Global. Em 2019, a fabricante entregou 134 caças.

“Tomamos algumas medidas proativas no início da crise para tentar mitigar os impactos e posicionar o programa para a recuperação mais rápida possível”, disse Callaghan. “Fizemos isso ajustando os cronogramas de trabalho, enviamos os pagamentos antecipadamente a fornecedores específicos que sabíamos que seriam afetados de forma muito adversa pela Covid e tivemos que ajustar os cronogramas de entrega.”

A Lockheed já entregou mais de 600 exemplares do F-35 (nas versões A, B e C) desde 2011 e a frota em serviço acumula mais de 345.000 horas de voo.

Forças armadas de nove países contam a aeronave de última geração em serviço, sendo que Israel, EUA e Reino Unido já utilizaram o novo caça em operações de combate. Outras nações que também operam o jato são Austrália, Itália, Japão, Holanda, Noruega e Coreia do Sul.

Projeto mais caro da história da aviação

Os números divulgados pela Lockheed Martin mostram que o complexo programa Joint Strike Fighter (JSF)  está finalmente entrando nos trilhos após quase 20 anos de desenvolvimento e mais de US$ 400 bilhões investidos pelas nações envolvidas no projeto mais caro da história da aviação.

O caça F-35 é proposto em três versões diferentes, por isso seu alto custo (Divulgação)
O F-35B é a versão SVTOL, de decolagem curta e pouso vertical (Divulgação)

O F-35 foi o vencedor da programa JSF em outubro de 2001, superando o caça multifunção X-32 proposto pela Boeing. O projeto da aeronave de última geração e em diferentes versões foi um pedido das forças armadas dos EUA e de outros oito países: Reino Unido, Itália, Holanda, Austrália, Noruega, Dinamarca, Canadá e a Turquia, expulsa do grupo no ano passado. O jato militar também tem sete clientes estrangeiros: Israel, Japão, Coréia do Sul, Bélgica, Polônia, Singapura e Emirados Árabes Unidos.

Após um longo processo de desenvolvimento, com os primeiros testes iniciados em outubro de 2000 com o protótipo X-35, a Lockheed Martin tem hoje o que pode ser considerada a linha de montagem de caças mais produtiva do mundo. No ano passado, a fabricante e seus parceiros entregaram 134 F-35 (nas versões A,B e C), um aumento de 47% em relação a 2018. A partir de 2023, a empresa espera alcançar um pico de 170 entregas.

O F-35 é um dos poucos caças da chamada 5ª geração, classe de aviões de combate concebida entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000 e equipadas com o que há de mais avançado na indústria bélica. São aeronaves stealth (“invisíveis” aos radares) com estruturas aéreas de alto desempenho, recursos aviônicos e armamentos avançados, e sistemas de computador altamente integrados, capazes de interagir com outros elementos no espaço de batalha.

Outros raros (e caríssimos) representantes dessa categoria são o Lockheed Martin F-22 Raptor, o jato russo Sukhoi Su-57 e o chinês Chengdu J-20.

Veja mais: FAB vai receber quarta aeronave KC-390 nos próximos dias

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