A Força Aérea Brasileira (FAB) lançou nesta quinta-feira (27) a concorrência internacional para aquisição de dois jatos Airbus A330-200 e que serão utilizados para transporte militar e reabastecimento aéreo.
Para tanto, os dois aviões de segunda mão serão convertidos para o padrão MRTT (Multirole Tanker Transport), processo exclusivo feito pela própria Airbus.
As aeronaves deverão ter sido fabricadas a partir de janeiro de 2014, não possuírem mais que 28 mil horas de voo e 4,2 mil ciclos. Outro requisito da licitação restringe os modelos equipados apenas com turbofans Rolls-Royce ou General Electric – a Pratt & Whitney também fornece motores para o widebody.
O orçamento para o programa possui um teto de US$ 80,6 milhões (cerca de R$ 438 milhões) e terá a sessão de recebimento de propostas marcada para o dia 7 de março no escritório da Força Aérea em Washington, nos EUA.
![O C-767 foi o maior avião que voou a serviço da FAB (FAB)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2016/07/FAB_C-767_01-960x640.jpg)
LICITAÇÃO EXCLUSIVA PARA A AIRBUS
O interesse da FAB por um jato de grande porte, capaz de realizar reabastecimento em voo e transporte, é bastante antiga. Governos anteriores chegaram a levar à frente o programa KC-X2, que planejava a aquisição de dois Boeing 767 para serem convertidos para esse fim, mas restrições orçamentárias e questionamentos sobre a licitação acabaram encerrando o projeto.
A Força Aérea então fez um contrato de leasing de um Boeing 767-300, sem adaptação para uso militar, e que foi operado entre 2016 e 2019.
Durante o governo Bolsonaro, no entanto, surgiu a intenção de adquirir dois jatos A330 após os problemas logísticos enfrentados durante a pandemia do Covid-19. Após algumas tentativas, finalmente a Aeronáutica obteve fundos para bancar o programa KC-3X.
Entretanto, a licitação estipula apenas o A330-200 como aeronave capaz de atender aos requisitos do projeto. Segundo os documentos do edital, o requerimento que justifica a necessidade dos aviões da Airbus foi aprovado pelo Estado Maior da Aeronáutica após estudo apresentado no final do ano passado – Airway tentou acessar o documento sem sucesso.
![](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2022/01/b767-mmtt-colombia-960x492.jpg)
Os requisitos da licitação estipulam também que os aviões deverão oferecer uma autonomia de 6.500 milhas náuticas (pouco mais de 12.000 km), oferecer uma carga paga de pelo menos 36 toneladas e terem vida útil até 2054.
Se a compra dos aviões de passageiros deve atrair concorrentes como empresas de leasing e companhias interessadas em desativá-los, a conversão para o padrão MRTT terá de ser feita obrigatoriamente com a Airbus, o que em tese limita uma possível competição.
Além do MRTT, existe no mercado a conversão feita pela IAI, de Israel, com jatos Boeing 767. Chamado de MMTT (Multi Mission Tanker Transport), ele foi o vencedor da concorrência KC-2X na década passada e equipa a Força Aérea da Colômbia desde 2010.
O site enviou questionamentos para a Força Aérea Brasileira e atualizará esta nota caso receba uma resposta.
Agora ficou bem claro os motivos de cortar, pela metade, a compra dos C/KC-390. Também sugere que a FAB se arrependeu do tamanho da aeronave, que tem autonomia menor de 3.000 km e capacidade de carga de até 25 ton. Por que então não encomendaram um avião de maior capacidade se a principal intenção era substituir os Hércules? Essa decisão fatalmente coloca uma “pá de cal” no C/KC-390. Que outra Força Aérea se interessará pelo avião da Embraer se a própria Força Aérea Brasileira não tem mais interesse no mesmo? Talvez tivesse sido mais sensato ter encomendado os C130J. O maior ganho, a meu ver, é o know-how que a Embraer adquiriu ao projetar e construir esse avião. É uma pena que nem a FAB nem o governo brasileiro valorizam seus produtos.
Dario vc esta equivocado somente com relaçao a autonomia do kc390 ,ela bate os 6000km , ok .
Esses Airbus são estratégicos, de longo alcance. Não compentem com o KC-390.
Fui checar e, segundo o Wiki**, o alcance com carga útil máxima é de 2.820 km.