Novo caça argentino: escolha será entre o JF-17, HAL Tejas, MiG-35 e o F-16

Relatório das Forças Armadas do país sul-americano traz detalhes sobre a concorrência para fornecer um jato supersônico de defesa aérea

O caça JF-17 Bloco III (Chengdu)

A longa concorrência para encomendar um novo caça supersônico para a Força Aérea Argentina (FAA) teve detalhes revelados pelo governo do país após um relatório ser entregue à Câmara dos Deputados, segundo o Zona Militar. Os legisladores argentinos enviaram diversas questões às Forças Armadas a respeito do programa de substituição dos caças Mirage III, desativados em 2015.

Uma das informações mais importantes confirmadas se refere aos jatos que disputam o pedido de 12 aeronaves. São quatro caças: o Lockheed Martin F-16, o MiG-35, o indiano HAL Tejas e o CAC/PAC JF-17, considerado o favorito na concorrência.

O documento, no entanto, não detalha qual F-16 foi oferecido à Força Aérea. Sabe-se que a Dinamarca pretendia repassar seus F-16A/B, de primeira geração, mas o governo dos EUA também teria apoiado uma proposta de caças novos, mais modernos.

Caça HAL Tejas (MOD India)

Embargo do Reino Unido

Entre os requerimentos estão a capacidade supersônica, possuir sonda de reabastecimento em voo, radar de varredura eletrônica (AESA), Data Link, contramedidas eletrônicas e não conter nenhum componente de origem britânica.

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Como se sabe, a Guerra das Malvinas há 40 anos motivou o Reino Unido a promover um embargo de armamentos à Argentina, o que tem impedido alguns acordos como o que quase foi fechado com a KAI, da Coreia do Sul, que venderia os caças leves FA-50.

O caça sino-paquistanês JF-17 Thunder tem se destacado nas avaliações argentinas e demonstra ter vantagens em relação aos rivais. Entre elas está o baixo custo de hora de voo (US$ 7.600) e contar com motores chineses, embora de origem russa.

É a mesma situação dos assentos ejetáveis, que por padrão são fornecidos pela inglesa Martin-Baker nos JF-17 paquistaneses. Porém, a Chengdu, a sócia chinesa da parceria, possui uma alternativa de fornecedor local.

MiG-35: caça superior, mas custo alto de operação (UAC)

JF-17 segue favorito

Apesar de negativas, a Argentina está inclinada a adquirir o JF-17 do Bloco III, mais avançado e que realizou seu voo inaugural há pouco tempo. Uma equipe de técnicos da Força Aérea tem realizado visitas às instalações dos fabricantes para checar os requerimentos pretendidos.

Dos três outros concorrentes, a HAL parece ser a única a conseguir se equiparar ao caça JF-17. O Tejas é uma aeronave de baixo custo e com boa capacidade. Já o MiG-35 não tem qualquer cliente até hoje e paira sobre um potencial acordo a pressão internacional para que não seja aberto um canal de exportação para a Rússia.

O aceno dos EUA para oferecer o F-16 parece mais uma ação para neutralizar a aproximação russa. Tanto o F-16 quanto o MiG-35 são caças caros de operar, um custo que a Força Aérea talvez não possa suportar no momento.

Caso o programa orçado em US$ 664 milhões fracasse, a Força Aérea afirmou que terá de continuar a contar apenas com os A-4R e os treinadores IA-63 Pampa, ambos subsônicos e sem genuína capacidade de combate aéreo.

(USAF)
O F-16 norte-americano (USAF)