Projeto de lei quer tornar crime a exploração de táxi aéreo pirata

Proposta apresentada pelo deputado Coronel Tadeu prevê penas de reclusão que vão de dois a 12 anos de prisão

O aplicativo permite o agendamento de voos para aeroportos regionais em aeronaves de pequeno porte, como o King Air (Divulgação)
O aplicativo permite o agendamento de voos para aeroportos regionais em aeronaves de pequeno porte, como o King Air (Divulgação)
Uma viagem de táxi-aéreo pirata é até 70% mais barata que a de empresas certificadas (Divulgação)
Uma viagem de táxi aéreo pirata é até 70% mais barata que a de empresas certificadas (Divulgação)

Apesar de ser expressamente proibido e passível de punições e multas, a exploração de serviços de táxi aéreo clandestino ainda não é tipificado como um crime no Brasil. Isso, porém, poderá mudar com o Projeto de Lei 2273/19, apresentado nesta semana no congresso em Brasília.

A proposta prevê pena de reclusão, de dois a cinco anos, e multa para quem for flagrado oferecendo esse tipo de transporte. Caso a aeronave se envolva em algum acidente, a punição aos responsáveis será mais severa, rendendo de quatro a 12 anos de cadeia, além de multas.

Atualmente, o Código Penal brasileiro enquadra o táxi aéreo pirata como uma prática de comércio irregular, com penas que vão de dois a cinco anos de reclusão. No entanto, isso raramente é posto em prática e as punições ficam limitadas a aplicação de multas, além da anulação de licenças de pilotos e apreensão de aeronaves.

O autor do projeto, o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) explica que existem inúmeros casos de apreensão de aeronaves promovendo a comercialização de voos fretados sem homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para tal serviço.

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“Exploração de serviço aéreo público não regular, na modalidade táxi aéreo, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, conta com a presunção legal absoluta da existência de perigo, por se tratar de comportamento, por si só, perigoso. Não é necessário comprovar risco verdadeiro no caso concreto”, aponta o parlamentar.

Neste ano, dois acidentes fatais envolvendo aeronaves realizando táxi-aéreo irregular invadiram os noticiários no Brasil. O primeiro, em fevereiro, foi a queda do helicóptero em São Paulo que transportava o jornalista Ricardo Boechat, seguido do acidente em Estância (SE) com o avião que levava o cantor Gabriel Diniz, em maio.

Como identificar um táxi-aéreo pirata?

Todo táxi-aéreo certificado possui uma identificação próximo das portas da aeronave (Helimarte)
Todo táxi-aéreo certificado possui uma identificação próximo das portas da aeronave (Helimarte)

“Uma aeronave que está registrada corretamente como táxi aéreo tem, de acordo com a regulamentação da ANAC, que trazer estampado sobre as suas portas de entrada a palavra “táxi-aéreo”. Se isto não estiver pintado ou adesivado, é um forte indício de que está embarcando em um táxi-aéreo pirata”, alerta Shailon Ian, engenheiro aeronáutico e presidente da consultoria Da Vinci Aeronáutica.

Outra forma de verificar a procedência do táxi-aéreo é pelo site da ANAC, no RAB On Line. Basta digitar a matricula da aeronave: se ela for “TPX” é sinal que pode fazer realizar esse tipo de serviço – aeronaves privadas aparecem como “TPP” e, portanto, não podem participar desse mercado.

Veja mais: Metade dos táxis aéreo no Brasil operam de forma clandestina

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