Boeing 747 lançador de foguetes vai operar no Brasil

Virgin Orbit abre subsidiária no Brasil para operar no Centro de Lançamento de Alcântara
Boeing 747-400 'Cosmic Girl' - Virgin Orbit
Boeing 747-400 ‘Cosmic Girl’: avião funciona como plataforma aérea de lançamentos espaciais (Virgin Orbit)

Empresa lançadora de satélites, a Virgin Orbit está a caminho do Brasil. A companhia fundada pelo bilionário britânico recebeu na segunda-feira (27) a autorização de autoridades brasileiras para operar a partir do Centro Espacial de Alcântara (CLA), no estado do Maranhão. A licença foi concedida à Virgin Orbit Brasil Ltda (VOBRA), nova subsidiária do grupo Virgin.

Em comunicado, a Virgin diz que a VOBRA, depois de cumprir todas as formalidades exigidas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e o CLA, pode executar seu primeiro lançamento orbital no Brasil já em 2023. A Virgin Orbit emprega o foguete LaucherOne, que é lançado de um Boeing 747-400 (apelidado de Cosmic Girl) modificado para servir como plataforma voadora de lançamento.

“Estamos muito animados para trazer a capacidade de lançamento orbital para o Brasil”, disse Dan Hart, CEO da Virgin Orbit. “Nossa pequena área de cobertura e o exclusivo sistema móvel LauncherOne nos permitem trabalhar com o país na realização de seu primeiro lançamento doméstico para a órbita da Terra.”

Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, celebrou a chegada da Virgin Orbit ao Brasil. “A Virgin Orbit é um excelente provedor de transporte espacial, muito adequado para lançamentos rápidos e dedicados de pequenos satélites. Acreditamos que a Virgin Orbit pode melhorar suas capacidades decolando do Espaçoporto de Alcantara.”

O Boeing 747 da Virgin Orbit e o foguete LaunchOne: lançamentos custa cerca de US$ 12 milhões (Virgin Orbit)

Após um período de dois anos de desenvolvimento e trabalhos na conversão do 747 Cosmic Girl, a Virgin Orbit executou o primeiro lançamento espacial do LaucherOne em 18 de janeiro de 2021. Na ocasião, o foguete colocou 12 “CubeSats” (pequenos satélites de 1,5 kg em formato de cubo) na baixa órbita terrestre.

Cada lançamento da Virgin Orbit com auxílio do Boeing 747 adaptado pode ser contratado por cerca de US$ 12 milhões, um valor considerado baixo em relação aos métodos convencionais com foguetes que partem do solo. Fora isso, a empresa não precisa de uma base fixa, pois todo os equipamentos necessários para as operações podem ser transportados, desde o foguete, até os ativos terrestres que o preparam para o voo, bem como a própria aeronave.

Antes disponível somente para atividades especiais da FAB e da AEB, o Centro de Lançamento Alcântara foi aberto para a atuação de empresas estrangeiras em junho de 2020.

Posição privilegiada

Devido à proximidade com a linha do equador, o Centro Espacial de Alcântara é considerado um dos pontos geográficos mais privilegiados do mundo para lançamentos de foguetes.

Veículos lançados a partir do CLA podem alcançar o espaço consumindo menos combustível, pois a velocidade de rotação da Terra na altura do Equador auxilia o impulso dos lançadores.

Imagem aérea do Centro de Lançamento Alcântara (AEB)

De acordo com a AEB, a economia de combustível dos foguetes lançados de Alcântara é de até 30%, comparado a lançamentos realizados em bases em latitudes maiores, como o centro espacial da NASA em Cabo Canaveral, nos EUA, e o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, onde são realizados operações da Roscomos, a agência espacial russa.

A disposição da península de Alcântara também permite lançamentos em todos os tipos de órbita, desde as equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), além de oferecer maior segurança para áreas de impactos do mar. Outro fator favorável do CLA é o clima estável, permitindo o lançamento de foguetes em praticamente todos os meses do ano.

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