Cargueiros Boeing 737 convertidos pela IAI podem ser aterrados
Fabricante de Israel detectou um problema potencialmente inseguro em jatos Boeing 737 convertidos em suas instalações


Especialista na conversão de jatos comerciais em cargueiros, a Israel Aerospace Industries (IAI) está aconselhando seus clientes a aterrarem os jatos 737F enquanto aguarda uma revisão completa da aeronave. A IAI anunciou na última semana que havia detectado um problema de projeto potencialmente inseguro em alguns dos aviões convertidos em suas instalações.
A fabricante israelense diz que os 737 cargueiros podem apresentar um defeito em uma barreira rígida que separa a cabine de comando da seção de carga. A peça, não original de fábrica, é um dos recursos instalados pela IAI nas aeronaves durante o processo de conversão. Apesar do alerta, a empresa afirma que o item não é essencial para a segurança de voo.
De acordo com o IAI, a barreira rígida instalada em algumas aeronaves é um recurso de segurança adicional projetado para fornecer suporte de emergência em circunstâncias extraordinárias. Os testes realizados pela empresa apontaram que a peça não estava funcionando como deveria e que o problema “pode limitar a maneira como a aeronave pode ser carregada com segurança para o voo”.
“Segundo o conhecimento da IAI, nunca houve um incidente de voo relacionado à barreira rígida nessas aeronaves 737”, disse a empresa quando questionada pela agência Reuters. A fabricante agora aguarda uma Diretiva de Aeronavegabilidade da agência de aviação civil de Israel atestando as correções que devem ser implementadas nas aeronaves.
O possível defeito afeta um total de 47 jatos Boeing 737 de diferentes gerações convertidos pela IAI. Até o momento, somente as companhias Qantas Airways, da Austrália, e a indiana SpiceJet paralisaram os voos com suas aeronaves modificadas pela empresa israelense.
A IAI se apresenta como líder mundial na conversão de jatos de passageiros da Boeing em cargueiros. Além do 737, a fabricante também oferece programas de modificação para os modelos 767, 747 e também trabalha no desenvolvimento de um novo cargueiro baseado no 777.
Enquanto isso com o 737 MAX…
Diferentemente dos 737 cargueiros convertidos pela IAI, que podem continuar voando, embora com restrições, o 737 MAX enfrenta uma situação de perigo real. A versão mais recente do clássico bimotor da Boeing continua proibida de voar no mundo desde março, após o segundo acidente com um modelo na Etiópia, e ainda não há um horizonte definido sobre seu retorno ao serviço comercial.
Nessa segunda-feira (16), a Boeing anunciou que vai suspender a produção do 737 MAX na unidade em Renton, no estado de Washington, enquanto aguarda pela nova certificação da aeronave. O processo de homologação da aeronave vem sendo conduzido pelo FAA, a agência de aviação dos EUA, e deverá ser repetido por reguladores do setor do mundo todo, incluindo a ANAC no Brasil.
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