Consultoria sugere que governos europeus comprem até 600 jatos da Airbus para mantê-la funcionando
Segundo relatório da Jeffries Group, estratégia seria mais benéfica do que realizar empréstimos para a fabricante europeia


Com suas ações em queda livre e seus clientes lutando para sobreviver em meio ao caos aéreo causado pelo novo coronavírus (Covid-19), a consultoria financeira Jeffries Group sugeriu uma solução para manter a Airbus ativa, que os governos europeus comprem de 500 a 600 aviões comerciais.
Em sua análise divulgada nesta sexta-feira, o veterano analista Sandy Morris explicou que a aquisição das aeronaves seria uma saída mais sensata do que apenas emprestar dinheiro para a fabricante europeia: “Novas aeronaves normalmente não são ativos ruins para se ter”. Mais tarde, esse aviões poderiam ser vendidos para as companhias aéreas quando o mercado retomasse seu funcionamento.
Na visão de Morris, seria mais barato comprar os jatos do que apenas injetar dinheiro na Airbus enquanto a pandemia perdurar. Em 2020, a empresa previa entregar 850 aviões, mas o volume deverá cair para cerca de 600 com os reflexos causados pelo vírus.
Com 134 mil funcionários apenas na Europa, a Airbus pode causar um impacto enorme nas economias de países como França, Alemanha e Espanha, já abalados pelas restrições sociais impostas recentemente para conter o avanço da pandemia. A negociação, que provavelmente envolveria as principais nações da União Europeia, poderia atingir cifras de 34 bilhões de euros (mais de 180 bilhões de reais) durante cerca de três anos estimados em que seria implementada.
Linha de montagem parada
Desde a semana passada, a Airbus interrompeu a produção de suas unidades na França e na Espanha para implementar “condições rigorosas de saúde e segurança em termos de higiene, limpeza e auto-distanciamento, além de melhorar a eficiência das operações sob as novas condições de trabalho”. A medida deveria durar quatro dias quando parte dos funcionários realizaria suas funções remotamente.
No entanto, diante da redução abrupta no tráfego aéreo, várias companhias aéreas têm solicitado o postergamento da entrega de novas aeronaves não apenas para a Airbus como também a Boeing e a Embraer.

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