O projeto STOUT, que previa uma aeronave com propulsão híbrida, continua na pauta da Embraer, a despeito da desistência da Força Aérea Brasileira (FAB), que seria parceiro no desenvolvimento do avião futurista.
Em encontro com jornalistas estrangeiros na semana passada, Jackson Schneider, presidente-executivo da Embraer Defesa & Segurança, disse que a fabricante segue empenhada no projeto. “Pretendemos (retomar o desenvolvimento do STOUT) conforme as condições permitirem, mesmo com parceiros diferentes. Está suspenso (o projeto), não interrompido para sempre””, disse o chefe da divisão de produtos militares da Embraer, conforme relato do site Flight Global.
Em maio, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, confirmou a saída da FAB do programa devido a restrições orçamentárias. O STOUT era proposto para substituir os antigos C-95 Bandeirante, em serviço com a força há quase cinco décadas, além dos C-97 Brasília.
De acordo com a publicação britânica, Schneider contou que os estudos iniciais da Embraer sobre o avião híbrido provaram ser valiosos. No entanto, o executivo enfatizou que a fabricante precisa de “diferentes parceiros em potencial” para conduzir o avanço do projeto, o que eliminaria a dependência da FAB.
Aeronave versátil e ecológica
Iniciativa da própria Força Aérea Brasileira, o projeto STOUT foi motivo de um convênio com a Embraer que daria origem a uma aeronave avançada, capaz de operar com um sistema de propulsão mais eficiente e de baixa emissão de gases poluentes.
![Embraer STOUT](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2020/11/STOUT1-960x640.jpg)
Imagens geradas por computador apresentadas pelo antecessor de Baptista Junior, Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, em dezembro de 2020, revelaram uma aeronave com configuração semelhante ao KC-390 Millennium em escala reduzido, mas equipada com quatro motores, sendo dois turboélices e outros dois motores elétricos, nas pontas das asas.
Ainda segundo Bermudez, o STOUT, sigla para “Short Take Off Utility Transport” (Transporte Utilitário de Decolagem Curta), seria capaz de operar em pistas curtas e semipreparadas, comportaria três toneladas de carga útil ou 30 soldados e voaria por até 2.425 km sem reabastecimento. O projeto também previa a aplicação da aeronave no setor comercial.