“Epidemia” de saídas de pista: em apenas dois dias cinco aviões comerciais perderam o controle no solo

Três episódios ocorreram na África, um deles com uma vítima. Dois jatos regionais da Embraer, um Dash 8, um Fokker 50 e um Boeing 737 acabaram sofrendo excursões por motivos diferentes
Jato ERJ 135 atolou após o pouso em Moçambique (redes sociais)

A aviação comercial começou 2024 em estado de alerta. Depois de dois acidentes assustadores, que por muito pouco não se transformaram em tragédias (o A350 da JAL e o 737 MAX 9 da Alaska), nada menos que cinco excursões de pista ocorreram num intervalo de apenas dois dias.

O primeiro incidente envolveu  um Boeing 737-800 da KLM que deslizou da pista de táxi no Aeroporto de Gotemburgo, na Suécia, enquanto se preparava para a decolagem. Segundo o boletim meteorológico, nevava no momento.

Do outro lado do Atlântico, no dia seguinte, um jato Embraer ERJ-145LR da Piedmont Airlines, que presta serviços para a rede American Eagle (American Airlines), acabava de pousar no Aeroporto Internacional de Rochester, no estado de Nova York, quando deslizou da pista de táxi.

Um vídeo nas redes sociais mostra a aeronave em meio à neve, que pode ter contribuído para o incidente. O jato N922AE tinha 53 pessoas a bordo e não houve feridos.

Jato regional ERJ-145 da Piedmont (American Eagle)

Três saídas de pista na África

Mas foi na África que três aviões regionais perderam o controle, indo parar fora da pista. Detalhe: todos no dia 18.

Em Moçambique, um ERJ-135LR da companhia aérea sul-africana AirLink sofreu uma excursão de pista após pousar no Aeroporto de Pemba, após decolar de Joanesburgo.

O Boeing 737-800 da KLM foi o primeiro caso de saída de pista, na quarta, 17

A aeronave, com 35 ocupantes, acabou presa na lama, mas os passageiros conseguiram deixá-la com segurança.

Ao contrário do gelado Hemisfério Norte, o incidente com o ERJ-135LR ZS-SJX, da AirLink, ocorreu em clima quente, mas um vídeo feito por um passageiro mostra que havia chovido e a pista estava molhada.

Turboélice Dash 8 da Ethiopian teve o trem de pouso colapsado

Pouco tempo depois, um turboélice Dash 8-400 da Ethiopian Airlines realizava o pouso no Aeroporto Mekele quando o trem de pouso esquerdo colapsou e levou a aeronave a parar numa área ao lado da pista. Ninguém se machucou, segundo a companhia.

Várias ocorrências em meio à volta da demanda de voos

Nesse dia, mais cedo,  um Fokker 50 cargueiro não teve a mesma felicidade. A aeronave, que levava ajuda humanitária para um programa das Nações Unidas, acabou atingindo uma casa perto da pista de de Ceelbarde, na Somália.

Fokker 50 cargueiro atingiu casa e vitimou um dos pilotos

Dos quatro ocupantes, um dos pilotos faleceu e outro ficou gravemente ferido.

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Dias atrás, a consultoria To70, que divulga um levantamento sobre acidentes na aviação, havia alertado sobre o crescimento de incidentes e acidentes sem vítimas em 2023. O início de 2024 parece indicar que o setor aéreo deverá reforçar sua atenção para evitar que esses episódios se tornem mais comuns.

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(Lockheed Martin)

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