Maior companhia aérea do Brasil, Gol completa 20 anos
Empresa aérea que hoje lidera no mercado brasileiro iniciou as atividade em 15 de janeiro de 2021

No dia 15 de janeiro de 2001, decolou de Brasília às 6h56 o voo 1741 com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, operado por um Boeing 737-700 com 129 ocupantes a bordo. Era o primeiro dos mais de 4,2 milhões de voos realizados pela companhia aérea Gol em 20 anos, período em que a empresa transportou mais de 500 milhões de passageiros e assumiu a liderança no mercado brasileiro.
Até o surgimento da Gol, viajar de avião era algo muito distante e caro para uma grande parcela do público brasileiro. Embora não adote mais esse estilo, a empresa chegou ao mercado oferecendo um modelo de negócios “low cost” e rapidamente se tornou uma alternativa as longas e cansativas viagens de ônibus. Para as classes menos favorecidas, foi uma revolução na forma de se deslocar.
“Milhões de brasileiros voaram pela primeira vez com a Gol e esse é o melhor resultado que a criação de uma companhia aérea realmente nova poderia ter produzido. Essa conquista importantíssima evidencia que o nosso esforço permanente, os inúmeros aprendizados dessa jornada e a opção por atuar sempre de forma corajosa e disruptiva em diversas frentes democratizaram, com qualidade e em caráter irreversível, o acesso ao transporte aéreo no Brasil”, celebrou a companhia.
A Gol iniciou as atividades em 2001 com uma frota de 13 aviões e bases em 17 destinos, realizando 120 voos por dia. Duas décadas depois, a empresa conta hoje com 127 aeronaves (23 modelos 737-700, 97 737-800 e sete 737 MAX 8), que atendem 58 destinos domésticos em mais de 500 voos a cada 24 horas – devido a pandemia, os voos internacionais da empresa estão suspensos.
Nesse período a Gol também alcançou a liderança na ponte aérea Rio-São Paulo (Santos Dumont-Congonhas), uma das rotas mais movimentadas do planeta. O primeiro voo da companhia no trecho foi no dia 17 de março de 2001. Desde então, a companhia completou mais de 252 mil voos de ida e volta na rota, transportando 24,8 milhões de passageiros.
Ao final de 2004, a empresa iniciou seus voos internacionais entre São Paulo e Buenos Aires, na Argentina, posteriormente também começado a operar em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Mais adiante, a empresa lançou voos para destinos no Chile, Colômbia, Venezuela, Peru, Uruguai, Paraguai, Suriname, EUA, entre outros, incluindo uma série de localidades na região do Caribe – o reinício dos voos internacionais da Gol está programado para março deste ano.
Aquisições
Companhia aérea mais querida do Brasil, a Varig de certa forma sobrevive nas estranhas da Gol, que comprou a marca em 2007 e assumiu parte das aeronaves da antiga empresa gaúcha.

Outra empresa absorvida pela Gol foi a Webjet, em 2011, que na época era a quarta maior companhia aérea do Brasil, mas que na época estava a beira da falência com mais de R$ 200 milhões em dívidas.

Voo Gol 1907
Única mancha na carreira da Gol em 20 anos, a tragédia do voo 1907 no dia 30 de setembro de 2006, que seguia de Manaus para o Rio de Janeiro, deixou um total de 154 passageiros e tripulantes mortos.
A aeronave, o Boeing 737-800 prefixo PR-GTD recém-adquirido pela empresa, colidiu no ar com um jato executivo Legacy 600, perto da cidade de Matupá, a 750 quilômetros da capital amazonense. A Gol, no entanto, foi vítima de erros de controladores de tráfego aéreo e dos pilotos do Legacy, que voavam na direção oposta do 737 com o transponder desligado, desativando assim o sistema anticolisão que indica a posição das aeronaves em voo.
O winglet esquerdo do Legacy cortou cerca de metade da asa esquerda do avião da Gol. Isso fez com que o 737 perdesse sustentação, o que rapidamente levou o avião a cair e colidir com uma área de densa floresta tropical, no município de Peixoto de Azevedo (MT).
Futuro da Gol
Em busca de mais eficiência e custos menores, a Gol está em meio a um processo de renovação de frota que deve se estender ao longo desta década e início da próxima. A empresa tem uma encomenda por mais de 100 jatos Boeing 737 MAX, incluindo a variante MAX 10, o maior 737 de todos os tempos.

A Gol, inclusive, foi a primeira companhia aérea do mundo a reativar seus 737 MAX após o longo aterramento imposto ao jato da Boeing, que sofreu dois acidentes fatais num intervalo de cinco meses, entre 2018 e 2019.
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