Novo caça stealth russo Sukhoi Checkmate é registrado no Brasil

Aeronave de combate foi apresentada no ano passado pela UAC e pretende ser um rival do Lockheed Martin F-35

Frota futurista da Rússia: maquete do Su-75 fotografada ao lado do novo caça Su-57 (INPI)

Revelado na feira MAKS em julho de 2021, o novo caça russo Sukhoi Checkmate teve os desenhos industriais registrados no Brasil. A concessão do registro pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) foi feita nesta terça-feira (3) em nome da JSC “Aviation Holding Company Sukhoi”.

O documento a que o Airway teve acesso traz também os autores do projeto: Mikhail Yurievich Strelets, Aleksey Sergeevich Bulatov, Denis Vladimirovich Fruktov, Mikhail Evgenievich Zhigunov e Dmitriy Vadimovich Khotilovskiy. A concessão dos direitos sob o projeto tem duração de 10 anos, a contar de 8 de janeiro de 2022.

O Sukhoi Checkmate é um projeto derivado do Su-57, do qual herdou soluções e alguns sistemas e equipamentos. Mas o caça stealth (“invisível” aos radares) possui algumas diferenças importantes como a propulsão por um motor e estabilizadores horizontais e verticais conjugados. A entrada de ar, sob o cockpit, lembra o projeto do X-32, da Boeing, que concorreu com o X-35 no programa JSF (Joint Strike Fighter), vencido pela Lockheed Martin e que deu origem ao F-35.

O novo jato de combate foi apresentado em julho do ano passado na Rússia (INPI)

Por falar no Lightning II, o Su-75, como também é chamado o Checkmate, pretende ser um concorrente do caça dos EUA, que tem amealhado vários contratos. A UAC (United Aircraft Corporation), conglomerado estatal a qual a Sukhoi está subordinada, espera vender o novo avião de combate para países no Oriente Médio, Ásia e América do Sul.

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Relação com o Brasil improvável

Embora o registro no INPI mostre uma preocupação do governo russo em garantir os direitos autorais em países relevantes, uma possível venda do Checkmate no Brasil é praticamente descartada e por vários motivos.

O Checkmate deriva do Su-57, mas utiliza apenas um motor com pós-combustor (INPI)

A Força Aérea Brasileira acaba de receber os primeiros F-39 Gripen, caças de geração 4,5 e que devem ficar em serviço por um longo período. Já uma potencial parceria com a indústria aeroespacial nacional é uma alternativa mais crível pelo aspecto técnico. Com um parque industrial bastante avançado e capaz, certamente existem empresas em nosso país capazes de contribuir com o projeto, porém, a pressão política, sobretudo dos Estados Unidos agora com o conflito na Ucrânia, tornam essa hipótese pouco provável.

Em recente declaração, o Vice Primeiro-Ministro da Rússia, Yury Borisov, citou os países do BRICS como possíveis parceiros para substituir componentes produzidos nos EUA e Europa para os jatos comerciais MC-21 e SSJ100. Sinal que o Brasil ao menos está no radar russo.

Por enquanto, o Checkmate parece ser apenas uma “ideia no papel”, inclusive no Brasil.

O Checkmate ao lado do Su-57 (à esquerda)

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