Porta-aviões São Paulo deve deixar o Brasil rumo à Turquia nesta semana

Antigo navio-aeródromo da Marinha do Brasil foi vendido a um estaleiro turco para ser desmontado

O NAe São Paulo podia transportar uma combinação de até 40 aviões e helicópteros (Foto - Marinha do Brasil)
O NAe São Paulo podia transportar uma combinação de até 40 aviões e helicópteros (Marinha do Brasil)

Maior embarcação da história da Marinha do Brasil, o antigo porta-aviões NAe São Paulo deve deixar o litoral brasileiro em direção a Turquia nesta semana, segundo fontes ouvidas pelo AIRWAY. O casco do navio aeródromo foi arrematado em março de 2021 por R$ 10,5 milhões por representantes do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, que é especializado no desmonte de navios desativados.

O porta-aviões será desmontado em instalações na região de Aliağa, no Mar Egeu. O rebocador que provavelmente deve transportar a embarcação para a Turquia, o Alp Centre com bandeira da Holanda, inclusive, já está ancorado no Rio de Janeiro (RJ) à espera dos trâmites finais para iniciar o deslocamento. O navio desativado encontra-se atualmente atracado na Ilha das Cobras, na Baía da Guanabara.

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A Marinha do Brasil ainda não respondeu aos pedidos de comentários do AIRWAY sobre o envio do NAe São Paulo para a Turquia.

O destino do porta-aviões São Paulo vem sendo discutido desde 2018. Uma das propostas, idealizada pelo Instituto São Paulo|Foch, sugeria transformar a embarcação em museu flutuante. O plano, no entanto, foi descartado pela Marinha do Brasil.

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O navio-aeródromo São Paulo chegou às mãos da Marinha do Brasil no ano 2000, comprado da França por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O navio foi o substituto do NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001.

Quando ainda estava ativo, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do mundo em operação. A embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu com a marinha da França com o nome FS Foch, de 1963 até 2000. Sob a identidade francesa, o navio de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa.

O porta-aviões NAe São Paulo não realiza operações navais desde 2011
Caças AF-1 alinhados no convés de voo do NAe São Paulo (Marinha do Brasil)

Com a Marinha do Brasil, no entanto, a embarcação teve uma carreira curta e bastante conturbada, marcada por uma série de problemas mecânicos e acidentes. Por esses percalços, o navio passou mais tempo parado do que navegando. Em fevereiro de 2017, após desistir de atualizar o porta-aviões, o comando naval decidiu desativar o NAe São Paulo em definitivo.

Segundo dados da marinha brasileira, o São Paulo permaneceu um total de 206 dias no mar, navegou por 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves. A principal aeronave operada na embarcação foi o caça naval AF-1, designação nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, hoje operados a partir de bases terrestres.