Porta-helicópteros Atlântico da Marinha agora é um porta-aviões

Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico teve a sua denominação alterada para Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico

PHM Atlântico - Marinha do Brasil
(MB)
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NAM Atlântico: embarcação pode receber até 18 helicópteros, 40 veículos blindados e 800 tripulantes (MB)

Em 12 de novembro de 2020, por meio da Portaria nº 328/MB do Comandante da Marinha, o Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico (PHM “Atlântico”) teve a sua denominação alterada para Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico (NAM “Atlântico”). Em outras palavras, a Marinha do Brasil (MB) voltou a ter um porta-aviões.

“Tal alteração do tipo de navio deve-se ao fato de o meio possuir a capacidade de operar em seu convoo com aeronaves remotamente pilotadas bem como com aeronaves turboélice de pouso vertical”, explicou a MB em comunicado.

O turboélice de pouso vertical citado pela Marinha é o Bell-Boeing V-22 Osprey, a única aeronave militar do mundo com essas características. O aparelho com rotores basculantes é operado pelas forças armadas dos EUA e Japão. Apesar da citação, a MB não tem a intenção de adquiri-lo.

Por outro lado, a aquisição de aeronaves remotamente pilotadas (ou drones, se preferir) consta no Plano Estratégico da Marinha do Brasil para o ano de 2040, assim como novos caças e um porta-aviões capaz de recebê-los, entre outros recursos.

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O último porta-aviões “puro sangue” da marinha brasileira foi o NAe São Paulo, adquirido de segunda mão da França no ano 2000. Após um carreira conturbada marcada por acidentes e pouco tempo de utilização, a embarcação foi desativada em 2018. Mesmo sem um navio-aeródromo, a força naval manteve ativo o esquadrão de caças AF-1 (designação nacional para o Mcdonnell Douglas A-4 Skyhawk), que operam a partir da base naval em São Pedro da Aldeia (RJ) – a operação embarcada dos AF-1 exige um porta-aviões com sistema de lançamento por catapulta e cabos de frenagem, recursos indisponíveis no agora redesignado NAM Atlântico.

NAM Atlântico, o orgulho da esquadra

A aquisição do então porta-helicópteros Atlântico foi anunciada em junho de 2018 pela Marinha do Brasil, que comprou a embarcação da Royal Navy (marinha britânica) por £ 84 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 415 milhões na cotação da época). O navio, que antes se chamava HMS Ocean, foi construído na Inglaterra em 1995.

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Ex-HMS Ocean: a Marinha do Brasil comprou a embarcação de segunda mão da Royal Navy em 2018 (MB)

De acordo com a MB, o NAM Atlântico pode navegar a velocidade de 18 nós (33,3 km/h) e tem um raio de ação de 8.000 milhas náuticas (14.816 km). A embarcação tem capacidade para receber até 18 helicópteros, 40 veículos blindados e mais de 800 tripulantes.

Com a desativação do porta-aviões São Paulo, o Atlântico com seus 203 metros de comprimento e 21.578 toneladas de deslocamento (com carga máxima) assumiu o posto de maior embarcação da esquadra brasileira – e entre todas as marinhas da América Latina.

A embarcação é empregada pela Marinha em operações aéreas com helicópteros, operações anfíbias com tropas de Fuzileiros Navais e missões de controle de área marítima para proteção de linhas de comunicações marítimas, além de conduzir atividades de apoio logístico, de caráter humanitário, de auxílio a desastres naturais e operações de manutenção da paz.

A Royal Navy também utilizou a embarcação para transportar até 15 caças SVTOL (decolagem curta e pouso vertical) Harrier, mas não tinha condições de operá-los totalmente carregados, tornando inviável o uso do navio na função de porta-aviões. Para isso, ele teria de ser equipado com uma rampa no convés de voo (ski-jump), por onde as aeronaves executam uma curta corrida até a decolagem, sem o auxílio de sistemas de catapulta de lançamento.

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