Qatar tem nova derrota para a Airbus nos tribunais
Companhia aérea terá de aceitar os A350 encomendados ou pagar multa pelo cancelamento. Tribunal britânico voltará a analisar caso da erosão na superfície de pouco mais de 20 jatos em junho

A Qatar Airways voltou a ter seus pedidos negados pela Justiça britânica a respeito da polêmica sobre a erosão da pintura de parte dos jatos A350, da Airbus.
Na quinta-feira, o juiz David Waksman, da Corte de Londres, negou à transportadora o direito de recusar a entrega de outros A350 encomendados – a empresa aérea tem se negado a aceitar essas aeronaves, mas também não deseja que a Airbus as repasse para outros clientes.
No entanto, o juiz aceitou o argumento que o caso precisa ser resolvido o quanto antes, por conta do interesse público – essa era um dos pedidos da Qatar Airways.
A decisão abre caminho para que a Airbus possa forçar a Qatar a receber os jatos encomendados ou então pague multas pela rescisão contratual. Segundo a Reuters, a fabricante deverá revender os A350 rejeitados para a Air India.

A corte britânica deve retomar o julgamento em junho, mas deixou em aberto que os dois litigantes busquem um acordo fora dos tribunais nesse meio tempo. “Os custos para ambos os lados são muito altos, na minha opinião. Há muito tempo sendo gasto aqui”, disse o juiz Waksman.
A Qatar Airways possui uma das maiores frotas de A350 no mundo, com 53 aeronaves – 34 da variante A350-900 e 19 A350-1000, de maior capacidade. Mas 27 deles estão atualmente fora de serviço.
Em janeiro, a Airbus respondeu ao cliente ao rescindir unilateralmente um contrato para fornecimento de 50 jatos A321neo. A Qatar então fechou um pedido semelhante junto à Boeing, mas tentou impedir o cancelamento do negócio com a fabricante europeia na Justiça, que negou o pedido.