Aviões da Embraer em combate

Aeronaves produzidas pela Embraer já participaram de guerras e conflitos isolados com diversos países e até nas mãos de rebeldes

O Super Tucano pode ser equipado com uma combinação letal de mísseis e canhões (Embraer)
O Super Tucano pode ser equipado com uma combinação letal de mísseis e canhões (Embraer)

A Embraer é atualmente a terceira maior fabricante de aviões do mundo, atrás apenas das gigantes Airbus e Boeing. Nos últimos anos, a empresa brasileira se especializou na produção de aeronaves executivas de variados portes e jatos regionais.

Outra importante fonte de renda da fabricante é o setor militar, onde atende pelo nome “Embraer Defesa & Segurança”. Essa divisão da Embraer entrou em operação no final dos anos 1960 e tomou forma em 1971, com o EMB-326 Xavante, o primeiro avião com motor a jato fabricado no Brasil. O modelo era a versão nacional do italiano Aermacchi MB-326.

Depois do Xavante vieram o Tucano, o caça-bombardeiro AMX e aeronaves de vigilância desenvolvidas a partir de modelos civis, como o “avião-radar” E-99, operado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e capaz de localizar aviões invasores a mais de 400 km de distância. Outro produto de defesa consagrado da Embraer é Bandeirulha, utilizado em operações navais.

Existem caças e bombardeiros, que embora fossem avançados e muito bem armados, passaram toda sua carreira sem disparar um único armamento em combate real. Esse, porém, não é o caso dos aviões militares da Embraer, que já participaram de guerras e conflitos isolados com diversos países. Conheça abaixo cada um desses casos:

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Batismo de fogo nas Malvinas

O primeiro avião militar da Embraer que participou de um combate real foi o EMB-111 Bandeirulha, a versão de vigilância naval do modelo civil EMB-110, o Bandeirante. Em 1982, a Fuerza Aérea Argentina solicitou à FAB o empréstimo de dois Bandeirulhas para reforçar seu esquadrão de vigilância naval, então operado por apenas dois P-2 Neptune.

Os Bandeirulhas chegaram à Argentina no auge da Guerra das Malvinas, em abril de 1982 (FAA)
Os Bandeirulhas chegaram à Argentina no auge da Guerra das Malvinas, em abril de 1982 (FAA)

As aeronaves chegaram à Argentina no auge da Guerra das Malvinas, contra a Inglaterra, em disputa pelas Ilhas Falkland. Sem armamentos, os aviões da Embraer atuaram no conflito em busca de embarcações britânicas que posteriormente poderiam ser atacadas por caças da marinha ou da força aérea argentina.

Durante o conflito, os EMB-111 voaram mais de 200 horas com as cores da Argentina e não registraram nenhum problema ou avaria. Em 1983, os aviões foram devolvidos. Na época, o comando argentino não ficou satisfeito com as capacidades do radar de busca que equipava a aeronave fabricada no Brasil.

O empréstimo dos aviões da Força Aérea Brasileira irritou o parlamento britânico, que convocou o embaixador do Brasil em Londres na época do conflito para prestar explicações. A Argentina estava proibida de comprar material bélico pela comunidade internacional e para se reforçar durante o conflito com Inglaterra apelou para fontes clandestinas. Líbia e Peru foram alguns dos “colaboradores”.

Os ingleses ainda levantaram a hipótese de que os Bandeirulhas utilizados na Argentina foram operados por tripulantes da Força Aérea Brasileira.

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