Cenário adverso faz Azul suspender voo entre Campinas e Porto a partir de setembro

Companhia aérea também confirmou que vai oferecer licença não remunerada para funcionários. Dólar em alta e queda na demanda motivaram plano de contingência
O novo voo da Azul de Recife para Fort Lauderdale é operado com o jato Airbus A330-200 (Nicky Boogaard)
A Azul voa para Porto e Lisboa, em Portugal (Nicky Boogaard)

Os desdobramentos causados pelo avanço da epidemia do coronavírus e da crise nos mercados financeiros motivou a Azul a acionar um plano de contingência. A companhia aérea confirmou nesta semana que suspenderá o voo entre Campinas e Porto entre 16 de setembro e 21 de março e que também deu início a concessão de licenças não remuneradas a seus tripulantes por conta na queda na demanda de passageiros.

Visando otimizar sua malha e equilibrar a demanda e os custos, a Azul decidiu suspender, temporariamente, as operações entre Campinas e Porto. A suspensão na rota acontecerá entre 16 de setembro e 21 de março de 2021, período que compreende a temporada de inverno. A companhia ressalta que já está trabalhando na reacomodação de clientes impactados pela alteração nos voos“, diz a nota da Azul.

Já em relação às licenças não remuneradas, a empresa afirmou que “em virtude da alta constante do dólar que pressiona os custos da empresa, decidiu adotar este plano de contingência que contempla a possibilidade de licenças não remuneradas. Obedecendo a diversos critérios, a iniciativa permite que tripulantes possam aproveitar o período para se dedicar a projetos pessoais sem perder o vínculo empregatício com a companhia“.

Trata-se de uma estratégia já em uso por outras companhias aéreas, sobretudo na Europa, diante da redução no tráfego de passageiros. A Lufthansa, por exemplo, confirmou na sexta-feira passada que reduzirá sua capacidade em 50% ou mais, dependendo da evolução do quadro. No entanto, sua aceitação promete ser complicada afinal esses funcionários só terão como garantia o registro de trabalho com a companhia.

O voo entre Viracopos e Porto, segunda maior cidade de Portugal, estreou em junho do ano passado com três frequências semanais. É um complemento à rota entre Campinas e Lisboa, capital do país, que hoje opera diariamente. A alta na cotação do dólar afeta drasticamente as empresas aéreas no Brasil que possuem contratos de leasing de aviões nessa moeda, além de outros custos também vinculados ao câmbio. Mesmo a brusca queda no preço do barril do petróleo parece compensar esse quadro até aqui.

Hoje, Portugal tornou-se a porta de entrada da Azul na Europa, de onde os passageiros da empresa podem seguir viagem em conexões com a parceira TAP. Mas, assim como outras empresas do continente, a companhia aérea de bandeira portuguesa também tem sido afetada fortemente pelo avanço da epidemia. Nesta segunda-feira, a empresa suspendeu 2.500 voos programados para março a maio, após cancelar outros mil voos até aqui.

No Brasil, o único voo suspenso por conta do coronavírus é o que liga São Paulo a Milão, realizado pela Latam. A rota diária deixará de ser operada até 16 de abril, a princípio.

A LATAM também suspendeu um de seus voos para Europa por conta do coronavírus (LATAM)

Veja também: Azul e TAP anunciam acordo de cooperação comercial

 

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