Cresce apoio no Congresso dos EUA para dar mais tempo para Boeing certificar o 737 MAX 10

Senadores se mobilizam para mudar lei que exige um novo sistema de alerta na cabine a partir de dezembro e que também afetará a versão 737 MAX 7
Boeing 737 MAX 10 (Ricardo Meier)

A Boeing ganhou mais apoiadores entre os congressistas dos EUA para mudar a lei que exige um novo sistema de alerta da tripulação em aeronaves comerciais a partir de dezembro.

O senador republicano Lindsey Graham se pronunciou a favor de uma extensão do prazo para que a Boeing tenha tempo de finalizar a certificação dos modelos 737 MAX 7 e 737 MAX 10.

As duas aeronaves estão com cronograna de certificação atrasado e não devem obter aprovação neste ano. O MAX 10, maior 737 já lançado, só deve ficar pronto no segundo semestre de 2023, segundo previsões recentes.

Além de congressistas, a fabricante dos EUA também recebeu o apoio da United Airlines, uma de suas maiores clientes. CEO da companhia aérea, Scott Kirby defendeu um sistema comum de alerta para o 737 – as versões MAX 8 e MAX 9, já certificadas, não precisarão ser atualizadas para o novo padrão.

A United tem 100 pedidos do MAX 10 e acabará encomendando mais Airbus A321neo caso a lei entre em vigor em dezembro, explicou Kirby.

Em jogo estão milhares de empregos caso a Boeing tenha que mudar os dois jatos. O chefe-executivo da empresa, Dave Calhoun, já ameaçou até mesmo cancelar o MAX 10 caso tenha que reprojetá-lo.

Boeing
Projeção do Boeing 737 MAX 10 da United

Piloto “Sully” é contra extensão

A tentativa de proteger a Boeing também tem muitos opositores. Parte dos pilotos é contra a extensão, segundo a Reuters, assim como familiares de vítimas dos acidentes com o 737 MAX.

Para eles, a nova lei significa mais segurança para os passageiros e tripulantes. O grupo ganhou um apoio de peso, o ex-piloto da US Airways “Sully” Sullenberger, conhecido por ter conseguido pousar um A320 em segurança no Rio Hudson em 2009, após atingir várias aves durante a decolagem.

“Concordo com a Allied Pilots Association e sua oposição à extensão da atual isenção de equipamentos da Boeing, que lhes permite colocar sistemas de alerta de tripulação mais antigos em novos aviões 737 MAX. A FAA deve exigir a instalação de modernos sistemas de alerta da tripulação”, disse em um tweet.

No Brasil, a Gol é cliente do 737 MAX 10, que esperava contar com os primeiros aviões neste ano originalmente.

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  1. Se as versões -8 e -9 já são certificadas com o atual sistema de alerta, é lógico certificarem as versões -7 e -10 com o mesmo sistema.

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