Israel ofereceu caças Kfir à Força Aérea Argentina

Em entrevista, general da FAA revelou que recebeu um convite da Israel Aerospace Industries para analisar o caça israelense
O Kfir, fabricado em Israel, é uma "cópia melhorada" do caça francês Mirage III (facmilitar)
A Força Aérea Colombiana é o último operador do IAI Kfir (facmilitar)

A saga da Força Aérea Argentina (FAA) na busca de retomar sua capacidade supersônica continua. Em entrevista ao website Pucará Defensa, o General de Brigada Xavier Isaac da FAA revelou que a Israel Aerospace Industries (IAI) ofereceu caças Kfir de segunda mão ao país.

Segundo o oficial, a IAI enviou um convite à FAA para conhecer a aeronave de perto em Israel. “Como somos justos e equitativos, vamos dar a oportunidade (a IAI) de mostrá-lo”, disse Isaac, acrescentando que “com certeza” a decisão sobre a seleção dos novos caças argentinos será anunciada até o fim deste ano.

Além do Kfir, outros caças também foram oferecidos à FAA nos últimos anos. As opções na mesa das autoridades argentinas incluem o russo MiG-35, o sino-paquistanês Chengdu-PAC JF-17 Thunder, o indiano HAL Tejas e o estadunidense Lockheed Martin F-16. Em 2017, a Argentina avaliou a compra de caças usados de estoques da França, os Dassault Mirage 2000 e Mirage F1, mas a negociação não avançou.

No primeiro semestre de 2015, o governo argentino, durante o governo de Cristina Kirchner, havia aberto negociações com Israel para adquirir 14 caças Kfir usados. Porém, o processo acabou cancelado após a mudança na presidência argentina, com a posse de Mauricio Macri. Agora, sob a administração de Alberto Fernández, o jato israelense volta a ser uma opção para reequipar a força aérea do país.

A Argentina perdeu sua capacidade supersônica em 2015, ano em que a força aérea desativou seus últimos caças interceptadores Dassault Mirage III, que eram veteranos da Guerra das Malvinas. Com a baixa do caça francês de asa delta, a principal aeronave de combate do país passou a ser o antigo McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, de performance subsônica e mais adequados a missões de ataque ao solo.

Leãozinho de Israel

Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)

Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel enfrentou um duro embargo de vendas de armas imposto pela França, que era seu tradicional fornecedor de material bélico. Cercado de ameaças e precisando reforçar seu arsenal, o país, por meio da Israel Aerospace Industries, decidiu desenvolver de forma independente seu próprio caça-bombardeiro.

O Kfir, que em hebraico significa “leãozinho”, é uma transformação radical (e até mais avançada) do caça francês Dassault Mirage III/5. Seu desenvolvimento começou de forma secreta e em várias fases do projeto Israel recorreu ao seu serviço de espionagem para obter informações sobre design, sistemas e motores.

A aeronave da IAI foi uma das mais letais em conflitos que aconteceram nos anos 1970 e 1980, em especial da Guerra do Yom Kippur, quando os Kfir israelenses abateram mais de 100 aviões do Iraque, Síria e Egito, praticamente aniquilando as forças aéreas desses países. A aeronave, porém, já não voa mais com a força aérea de Israel desde 1995, quando foram substituídos pelos F-15 e F-16 importados dos EUA.

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